ATA DA CENTÉSIMA VIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 14.10.1988.
Aos quatorze dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Vigésima Segunda Sessão Ordinária da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Nilton Comin, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Raul Casa que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, a Srª. Secretária procedeu à leitura da Ata Declaratória da Centésima Vigésima Primeira Sessão Ordinária e das Atas da Centésima Vigésima Sessão Ordinária e da Qüinquagésima Sexta Sessão Solene, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, 02 Pedidos de Providências, solicitando colocação de lixeira na extensão da Rua Voluntários da Pátria, junto à Vila Areia; sinalização urgentíssima na extensão da Rua Voluntários da Pátria, com placas indicativas, indicando o final da rua, inclusive com colocação de obstáculo luminoso; pelo Ver. Aranha Filho, 01 Pedido de Providências, solicitando melhor colocação da pedra com placa que homenageia a figura de Osvaldo Aranha, localizada no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho; pelo Ver. Artur Zanella, 01 Pedido de Providências, solicitando que seja estudada a possibilidade, junto ao Conselho Nacional de Petróleo, de volta do posto de distribuição de gás na Vila Monte Cristo; pela Verª. Bernadete Vidal, 02 Pedidos de Providências, solicitando que sejam retiradas as placas de advertência “Proibido Estacionar” na Av. São Pedro, esquina Rua Pará; substituição de uma lâmpada queimada na Rua Fernando Osório; pelo Ver. Caio Lustosa, 01 Emenda ao Projeto de Lei do Executivo nº 33/88 (proc. nº 1096/88), que suprime a reserva de área verde e autoriza o Executivo a permutar imóvel de propriedade do Município de Porto Alegre com outro de propriedade da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, pelo Ver. Cleom Guatimozim, 01 Pedido de Providências, solicitando patrolagem e ensaibramento do leito da Rua Ascenção; 01 Emenda ao Projeto de Lei do Executivo nº 86/88 (proc. nº 1913/88), que cria e extingue cargos de provimento efetivo na Administração Centralizada e no Departamento Municipal de Água e Esgoto. pelo Ver. Hermes Dutra, 03 Pedidos de Providências, solicitando reposição de lâmpadas a Mercúrio na Rua Felipe Neri, em frente ao nº 457, e na esquina das Ruas Beberibe com Alberto Albertine até a Av. Sertório; colocação de postes de luz na Rua Alberto Albertini, esquina Capiberibe e Alberto Albertini, esquina Miguel di Giórgio. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 579/88, do Sr. Prefeito Municipal; 53/88, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; 401/88, do Desembargador Oscar Gomes Nunes; s/nº, do Presidente da Metalúrgica Matarazzo S/A; Cartão do Banco FINACIL. A seguir, o Sr. Presidente procedeu à leitura de documento elaborado pela Diretoria Legislativa da Casa, acerca dos prazos regimentais a que está submetido o processo nº 2107/88, em tramitação na Casa. Em Discussão Geral e Votação Secreta estiveram os Projetos de Lei do Executivo nºs 57/88, discutido pelo Ver. Antonio Hohlfeldt; 72/88; 58/88, que, a Requerimento, aprovado, do Ver. Cleom Guatimozim, tiveram adiadas as suas votações por três Sessões. Em Discussão Geral e Votação estiveram os Projetos de Lei do Executivo nºs 70/88; 39/88 que, a Requerimento, aprovado, do Ver. Cleom Guatimozim, tiveram adiadas as suas votações por três Sessões. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 125; 133/88. A seguir, a Requerimento, aprovado, do Ver. Aranha Filho, foram votados em bloco e aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 136; 138; 139/88. A seguir, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Flávio Coulon, Clóvis Brum, Luiz Braz e Aranha Filho, acerca da votação em bloco acima referida. Após, foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensas de distribuição em avulsos e interstícios para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data: do Ver. Cleom Guatimozim, em relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 133/88; da Verª. Gladis Mantelli, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 139/88; do Ver. Hermes Dutra, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 125/88; do Ver. Rafael Santos, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 138/88. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Aranha Filho, de Voto de Pesar pelo falecimento de Joaquina Silveira Dias; do Ver. Hermes Dutra, de Voto de Congratulações com José Lutzemberger, por ter sido agraciado com o Prêmio Nobel Alternativo; de Votos de Pesar pelo falecimento de João Natal Delevatti; de Marcolina Guimarães; do Ver. Jorge Goularte, de Voto de Congratulações com JOMAR Comercial e Importadora Ltda., por seus vinte e cinco anos de serviços prestados à comunidade porto-alegrense; do Ver. Mano José, de Votos de Pesar pelo falecimento de Sadi Bueno da Costa; de Iracema do Nascimento Torres; do Ver. Raul Casa, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 160/88 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões de Justiça e Redação e de Urbanização, Transportes e Habitação. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 52; 48/88, discutido pela Verª. Teresinha Irigaray; o Projeto de Lei do Executivo nº 95/88; em 2ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 50; 51/88; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 160/88; o Projeto de Resolução nº 49/88; o Projeto de Lei do Executivo nº 94/88. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Ver. Artur Zanella disse estar solicitando ao Executivo Municipal resposta de Pedido de Informações de sua autoria, acerca de próprio municipal que estaria pintado com o nome de um candidato do PDT às próximas eleições, contrariando a legislação eleitoral. Comentou declarações do Suplente Pedro Ruas, de que a Casa votaria na próxima quarta-feira um Projeto de Lei proibindo a propaganda de cigarros na Cidade e que este Legislativo estaria sofrendo pressões contra essa votação. Esclareceu o assunto, dizendo que não estão ocorrendo pressões a este respeito e que o referido projeto não entrará em votação na próxima quarta-feira. Em EXPLICAÇÕES PESSOAIS, o Ver. Jorge Goularte falou sobre Projeto de Lei de sua autoria, que libera o horário de funcionamento do comércio de Porto Alegre, salientando que, contrariamente ao que foi publicado pela imprensa, não possui qualquer intenção de retirar esse Projeto da pauta dos trabalhos da Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Jorge Goularte deu continuidade ao seu pronunciamento em Explicações Pessoais, acerca de Projeto de sua autoria, que libera o horário comercial em Porto Alegre, defendendo esse Projeto, desde que respeitada a jornada de trabalho dos comerciários. Ainda em EXPLICAÇÕES PESSOAIS, o Ver. Antonio Hohlfeldt protestou contra o uso da máquina administrativa municipal na campanha eleitoral, destacando, principalmente, a atuação do Sr. Nélson Castan no período em que S. Sa., se encontrava na direção da Cia. Carris Porto-Alegrense e a distribuição, por este candidato, de material publicitário em veículos públicos. Disse que encaminharia essa questão ao Tribunal Regional Eleitoral e que poderá solicitar a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para estudar o assunto. Ainda em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Antonio Hohlfeldt deu continuidade ao seu pronunciamento em Explicações Pessoais, acerca do uso, pelo Sr. Nélson Castan, da máquina administrativa municipal em sua campanha como candidato a Vereador nas eleições de novembro. Questionou os motivos pelos quais a Linha T-6 de transporte coletivo ainda não se encontra em funcionamento. Ainda em EXPLICAÇÕES PESSOAIS, o Ver. Flávio Coulon discorreu sobre a campanha eleitoral em andamento na Cidade. Questionou os motivos que ocasionaram o aumento para 50% da taxa do “over” e a demissão do Presidente do Banco Central. Teceu comentários acerca do problema salarial enfrentado pelos funcionários públicos municipais, declarando ser contrário à criação, pelo Executivo Municipal, de planos separados para os órgãos municipais, em face dos reflexos dessa prática nas lutas salariais dos funcionários do Município. Ainda em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Adão Eliseu teceu comentários sobre o movimento grevista atualmente empreendido pelos funcionários públicos municipais, analisando o assunto. Reportando-se ao pronunciamento, de hoje, do Ver. Antonio Hohlfeldt, acerca do material publicitário do Sr. Nélson Castan que está sendo distribuído em veículos públicos, declarou que o Prefeito Alceu Collares não está conivente com essa situação. O Ver. Artur Zanella, comentando o pronunciamento, de hoje, do Ver. Adão Eliseu, de que o Pref. Alceu Collares não estaria conivente com o uso da máquina administrativa do município na campanha eleitoral vigente, disse que S. Exa. pode não estar conivente mas que existe o conhecimento dessa situação. E o Ver. Flávio Coulon lamentou o posicionamento do Gov. Pedro Simon com relação ao movimento de greve dos funcionários públicos de Porto Alegre. Teceu considerações acerca da administração do Pref. Alceu Collares à frente do Executivo Municipal. Os trabalhos estiveram suspensos por quarenta e cinco minutos, para recebimento da Comissão de Greve dos Funcionários Públicos Municipais. Às doze horas e trinta e sete minutos, nada mais havendo a tratar, a Srª. Presidente levantou os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Artur Zanella, Gladis Mantelli e Jorge Goularte, o último nos termos do art. 11, § 3º do Regimento Interno e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli, Mano José e Rafael Santos, o último como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
“Em atendimento a sua solicitação informamos os prazos a que está
sujeito o Proc. nº 2107/88, PLL nº 162/88 que atualiza os valores básicos dos
padrões de vencimentos dos quadros da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá
outras providências. Quatorze de outubro, anúncio para Ordem do Dia, art. 101,
RI. Dezessete de outubro, Ordem do Dia.”
Repito novamente para que não haja alguma interpretação equivocada.
Esta é uma situação de prazos. Não significa que estes prazos, a não ser o
primeiro, sejam cumpridos.
Então, eu vou anunciar um prazo que não significa que ele seja
cumprido. Dezessete de outubro, Ordem do Dia, discussão e votação e
encaminhamento ao Executivo para sanção. Dezoito de outubro a 10 de novembro
prazo para sanção ao Veto. Quinze dias úteis, art. 47 da Lei Orgânica. Onze de
novembro a 10 de dezembro prazo para estudo do Veto, art. 66, § 4º. Doze de
dezembro, anúncio do Veto. Vejam bem que não é anúncio do Veto é anúncio de um
eventual Veto que não está definido, tanto é que não está votado o Projeto.
Art. 132, Regimento Interno. Quinze de dezembro, apreciação do Veto, Ordem do
Dia, art. 132 do Regimento Interno. Então, para perfeita compreensão de todos
os senhores, se anunciado o Processo, ele estará em condições dentro dos
entendimentos que serão desenvolvidos até segunda-feira, já então com a presença
do Ver. Brochado da Rocha, Presidente desta Casa, se ocorrer qualquer tipo de
Veto, estes calendários permitem a apreciação do mesmo. Então, a única questão
neste momento é o anúncio para a Ordem do Dia dos avulsos do Proc. nº 2107/88,
PLL nº 162/88, que atualiza os valores básicos dos padrões de vencimentos dos
quadros da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.
Então, entrego o Processo neste momento para a Secretária, Verª Gladis
Mantelli que é quem está encarregada da elaboração dos cálculos referentes a
este Processo, junto com o Conselho de Representantes dos Funcionários, para
que o Processo seja anunciado neste dia com o acordo e o consentimento do Ver.
Brochado da Rocha com quem contatamos ontem em Brasília.
A SRA. 1ª SECRETÁRIA: Mais uma proposição, Sr.
Secretário, que entrou na Mesa neste momento, uma Emenda de autoria do Ver.
Caio Lustosa ao Proc. nº 1096/88, PLE nº 033/88. (Lê a Emenda.)
O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum”, passaremos
à
PROC. Nº 1486/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
057/88, que
cria funções gratificadas na Administração Centralizada e dá outras
providências.
Pareceres:
-
da CJR. Relator Ver. Werner Becker: pela aprovação.
-
da
CFO. Relator Ver. Valdir Fraga: pela
aprovação.
-
da
CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela
aprovação.
-
da
CEC. Relatora Verª Gladis Mantelli:
pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Inscreve-se para discutir,
Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Prosseguem hoje as reuniões do Comando de Greve dos Municipários
com o Exmo. Sr. Prefeito Municipal. Prosseguem mais uma vez sob a marca do
desrespeito do Sr. Prefeito Municipal para com as reivindicações da categoria,
na medida em que ontem, quando já havia sido fechado o acordo entre o
Secretário Municipal da Fazenda e o Secretário Municipal da Administração com o
Comando de Greve, o Sr. Prefeito, na penúltima hora, recuou da sua decisão.
Provavelmente, precisava consultar o seu travesseiro durante a noite para
decidir alguma coisa para hoje de manhã. Por outro lado, havia uma reunião
marcada para hoje, às 8 horas da manhã, e lá se encontrava o comando de greve.
Infelizmente, em novo desrespeito, até às 9 horas da manhã o Sr. Prefeito
Municipal não havia chegado ao Paço Municipal para reentabular as negociações.
Ontem, talvez na maior assembléia dos municipários durante esse movimento,
esperou-se durante mais de 4 horas, numa tática velha conhecida, na tentativa
de desmobilização que já havia sido marcada durante o dia com a negociação em
separado dos companheiros do DMLU que, evidentemente, merecem possibilidade de
aumento, que evidentemente merecem o reconhecimento pelo seu trabalho, mas que,
sobretudo, foram usados pelo Executivo Municipal, na tentativa de dividir e
enfraquecer o movimento, o que é lamentável.
Enquanto o Sr. Prefeito Municipal alega que não tem dinheiro para repor
salários, ontem vi uma propaganda que realmente me deixou estarrecido. Nós
chegamos a um nível de desfaçatez fantástico na atual administração. O Sr.
Prefeito Municipal patrocina a vinda de carnavalescos do Rio de Janeiro para um
espetáculo em Porto Alegre nos próximos dias, e um carnavalesco que inclusive
faz música e “show” para um candidato a Vereador do partido da situação.
O Sr. Raul Casa: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, eu estou surpreso. Já fiz uma manifestação
há dias passados, fazendo um apelo ao Sr. Prefeito para que inclua nessa
Comissão de discussão de valores salariais, um “expert” no assunto, um homem
que tinha a maior acuidade para fazer esse tipo de pesquisa no orçamento do
Estado, que mantém um curioso, constrangedor e inibidor silêncio quando vai
para o governo. Eu peço, apelo, ao Sr. Prefeito Collares que inclua na Comissão
o ilustre candidato a Vice-Prefeito Carrion Jr., que é de uma competência
inédita para encontrar verbas para aumentar os funcionários. Pelo menos, era
assim no Governo do Estado. Por que não fazer, agora, com Carrion Jr.? Que ele
vá para dentro da Prefeitura e faça aquilo que fez no Governo do Estado? Ou,
então, é demagogo!
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Ver. Raul Casa, as duas
intervenções que ouvi do Dep. Carrion Jr. foram no sentido de se apropriar de
projetos de Vereadores desta Casa. Há dois dias atrás, no programa do PDT, no
rádio, o candidato a Vice-Prefeito mencionou como uma das grandes conquistas da
atual administração a Lei que determina eleição direta nas escolas municipais,
de autoria deste Vereador, aprovada nesta Casa, com o apoio, diga-se de
passagem, de todas as Bancadas, tivemos unanimidade, e o Ver. Hermes Dutra
confirma o que estou colocando. Como tradicionalmente, o Prefeito se apropria
do projeto do hoje Deputado Estadual Waldomiro Franco, do PMDB, sobre a isenção
das passagens para sexagenários nos ônibus de Porto Alegre que, aliás, mantêm
uma humilhante situação os velhinhos, numa fila, para renovar a carteira a cada
ano.
Mas porque estou levantando essas questões? Quero vincular os quatro
projetos que deveremos votar hoje. Três projetos – assim já respondo por
antecipação ao Excelentíssimo Líder da situação, faço uma volta grande, mas
chego lá, também o Executivo tem alguns desvios e é bom percorrê-los para
entender o caminho – que criam FGs e CCs. Começamos pelos CIEMs, para variar,
da SMED. Não sei por que o Prefeito gosta tanto da SMED. Tenho uma curiosidade
imensa para saber por que a SMED é a menina dos olhos do Prefeito Collares. Ele
raspa o fundo do baú, de todas as outras Secretarias, do DEP, coitadinho, que
não conseguiu existir até hoje. O Dr. Carlos Alberto entrou na maior fria da
paróquia ao aceitar a Direção do DEP, por sorte não era candidato a nada, era
um funcionário de carreira do DEP.
Para a SMED tudo, para as outras Secretarias nada. Me lembro que na
avaliação do Orçamento a gente mostrava aqui, que enquanto a SMED deu um salto
de três vezes no Orçamento, a SMAM, a SMOV, a SMT, todo mundo reduziu o
Orçamento, perderam 1, 2, ou 3% de um ano para outro, mas a SMED somou,
duplicadamente.
Quero dizer, aproveitando inclusive...
Nada contra a educação, Verª Bernadete Vidal, evidentemente que não,
muito antes pelo contrário.
Mas, nós vamos criar aqui um cargo de Diretor de CIEM, três cargos de
Diretor de CIEM Especial, um de Vice-Diretor, três de Vice-Diretor, um de
Secretário, três de Secretários. Depois vamos criar cargos para a área da
saúde, e não sei para mais o quê. Só se cria FG e CC.
Fiz um Pedido de Informações, e estou esperando resposta urgente, sobre
o custo da publicidade em televisão. Gostaria de dizer aos Senhores que pela
tabela da RBS, um minuto em horário nobre custa a bagatela de 400 mil cruzados
cada inserção, um minuto, fora o percentual da agência de publicidade, enfim
todo aquele jogo que existe na veiculação que é tradicional. Estou usando a
tabela de setembro.
Então, Sra. Presidente e Srs. Vereadores, aproveitando, inclusive, a
chegada de nossos companheiros da AMPA, que devem trazer uma posição a respeito
da votação deste tipo de projeto, quero dizer que, em princípio, não pretendo
votar a criação de FG e CC enquanto não se chegar ao final da greve. Acho que é
o mínimo de responsabilidade que cabe a esta Casa. E como dizia, quando
visitado, e acho que cada um de nós fomos visitados, também os Vereadores,
companheiros do PDT, o foram na semana passada que nos pedia que não votássemos
planos em separado, que não votássemos FGs e CCs, que enfim tentássemos
unificar este trabalho, assumi com clareza este compromisso e pretendo
cumpri-lo. Não voto nada que mexa com benefícios e privilégios separados, até
que nós tenhamos, realmente, um encaminhamento global da situação do
municipário. Chega de dividir a classe para poder explorá-la melhor. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa consulta se há mais
Vereadores inscritos para discutir o Projeto em questão.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Eu consulto a Mesa da possibilidade de suspendermos rapidamente a
Sessão, para podermos receber o Comando de Greve, que eles teriam um pedido a
formular à Mesa e às Lideranças.
A SRA. PRESIDENTE (Gladis
Mantelli): A
Mesa suspende os trabalhos por 10 minutos para receber o Comando de Greve.
Estão suspensos os trabalhos por 10 minutos.
(Suspendem-se os trabalhos às 10h23min.)
O SR. PRESIDENTE (Artur
Zanella – às 11h08min): Primeiro resultado prático que temos em mãos é o Requerimento assinado
pelo Ver. Cleom Guatimozim, solicitando que após a tramitação regimental sejam
os Processos nºs 1486/88, 1603/88, 1487/88, 1601/88, 1324/88 adiados de votação
por três Sessões. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. Nº 1650/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
125/88, do
Ver. Hermes Dutra, que denomina Rua P.M. Paulo Elcy de Freitas um logradouro
público.
Pareceres:
-
da
CJR. Relator Ver. Luiz Braz: pela
aprovação.
-
da
CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 125/88 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Hermes Dutra, solicitando
seja o PLL nº 125/88 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para
sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. Nº 1695/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
133/88, do
Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Orlando Schneider um logradouro público.
Pareceres:
-
da
CJR. Relator Ver. Luiz Braz: pela
aprovação
-
da
CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 133/88 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Cleom Guatimozim,
solicitando seja o PLL nº 133/88 dispensado de distribuição em avulsos e
interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. ARANHA FILHO
(Requerimento): Sr. Presidente, diversos projetos de igual teor e com Parecer favorável
eu requeiro que sejam votados em bloco.
O SR. PRESIDENTE: Se houver concordância do
Plenário, nada a opor, tendo em vista que os Projetos têm pareceres favoráveis.
A SRA. 1ª SECRETÁRIA: Serão votados em bloco os
seguintes Processos, já que houve concordância do Plenário: PLL nº 136/88, PLL
nº 138/88 e PLL nº 139/88.
O SR. FLÁVIO COULON (Questão
de Ordem): Várias
vezes eu tenho sugerido que sejam votados em bloco os processos. Eu pergunto: é
regimental a votação em bloco? Eu acho interessante e tenho proposto, várias
vezes.
O SR. PRESIDENTE: A Sra. 1ª Secretária dará a
resposta.
A SRA. 1ª SECRETÁRIA: Ver. Flávio Coulon, o
Regimento não se pronuncia sobre esta matéria, porém coloca que o Plenário é
sempre soberano. E como foi reportado ao Plenário a concordância ou não, eles
foram apregoados.
O SR. PRESIDENTE: Há um critério na Mesa de
que Projetos que envolvam assuntos polêmicos, mesmo com parecer favorável, não
sejam votados em bloco.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem): Sr.
Presidente, nesta manhã, eventualmente, não foi votado nada em bloco, ainda.
O SR. PRESIDENTE: Foram votados em bloco os
Projetos que davam nomes de ruas, que davam parecer favorável. Só isso.
O SR. CLÓVIS BRUM: Em conseqüência, registro o
meu protesto à administração dos trabalhos nesta oportunidade, dirigidos por V.
Exa., porque numa outra Sessão em que o Plenário havia aprovado idêntico
comportamento, ou seja, a votação em bloco para projetos de denominação de vias
públicas, V. Exa. não concordou com a decisão do Plenário, mas mudou hoje e eu
agradeço.
O SR. PRESIDENTE: Registrado o protesto, será
examinado, porque, ao menos no que eu me lembro, não era somente nome de rua. Mas
vamos identificar a outra oportunidade em que houve esse fato.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de
Ordem): A
minha Questão de Ordem é mais ou menos na mesma direção da do Ver. Clóvis Brum,
dizendo que o Regimento Interno apenas se refere às Emendas com pareceres
favoráveis ou contrários. Essas Emendas com pareceres favoráveis podem ser
votadas em bloco. Mas Projetos, uma só vez a Câmara tentou fazer isso aqui em
uma Sessão e o próprio Plenário chegou à conclusão de que não deveria fazê-lo,
e a Mesa acatou essa decisão. É surpresa nossa agora que, de repente, numa
outra Sessão se aja completamente diferente.
O SR. PRESIDENTE: Será examinado esse
comportamento também e comunicado a V. Exa. que, por sinal, é Vice-Presidente
da Casa.
Eu consulto o Plenário neste momento, tendo em vista essas
manifestações, se votamos em bloco ou se votamos Processo a Processo.
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem): Eu
considero, salvo melhor juízo, que isto que V. Exa. colocou à apreciação do
Plenário é matéria vencida.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. também tem razão,
como todos. Porém, nós queremos fazer da forma mais aberta e democrática
possível. Então, os Srs. Vereadores que forem favoráveis à votação em bloco
destes Projetos - eis que o Regimento Interno é omisso e eis que já foram
feitas votações de igual teor, anteriormente, como informa a Sra. Secretária,
não sob a minha presidência, mas sob a presidência do Ver. Brochado da Rocha -,
eu gostaria que permanecessem como estão. Os que forem favoráveis à votação
caso a caso, por favor, levantem-se. (Pausa.) APROVADO.
Como a decisão do Plenário é soberana, os Processos serão votados em
bloco, com os votos contrários dos Vereadores: Luiz Braz e Flávio Coulon.
PROC. Nº 1738/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
136/88, do
Ver. Jorge Goularte, que denomina Rua Affonso Robles Filho um logradouro
público.
Pareceres:
-
da
CJR. Relator Ver. Luiz Braz: pela
aprovação.
-
da
CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela
aprovação.
PROC. Nº 1778/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
138/88, do
Ver. Rafael Santos, que denomina Rua Jayme Tolpolar um logradouro público.
Pareceres:
-
da
CJR. Relator Ver. Luiz Braz: pela
aprovação.
-
da
CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela
aprovação.
PROC. Nº 1808/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
139/88, do
Ver. Marcinho Medeiros, que denomina Av. Donário Braga um logradouro público.
Pareceres:
-
da
CJR. Relator Ver. Ignácio Neis: pela
aprovação.
-
da
CUTHAB. Relator Ver. Nei Lima: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação os Projetos de Lei do Legislativo nºs 136/88,
138/88 e 139/88. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
Sobre a mesa, dois Requerimentos para serem votados: de autoria do Ver.
Rafael Santos, solicitando seja o PLL nº 138/88 dispensado de distribuição em
avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta
data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Outro Requerimento, de autoria da Verª Gladis Mantelli, solicitando
seja o PLL nº 139/88 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para
sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)
A seguir, passa-se à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 2136/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 052/88, do Ver. Hermes Dutra, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor José Portella Nunes.
PROC. 2171/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
095/88, que
autoriza o DMAE a dar contribuição à Administração Centralizada e dá outras
providências.
PROC. 2020/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 048/88, da Verª Teresinha Irigaray,
que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Srª. Salma Chemale.
2ª SESSÃO
PROC. 2124/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 050/88, do Ver. Artur Zanella, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Jornalista Paulo Frederico
Scherer.
PROC. 2125/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/88, do Ver. Artur Zanella, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Jornalista Pedro José
Scherer.
3ª SESSÃO
PROC. 2072/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
160/88, do
Ver. Raul Casa, que denomina Praça Coronel Elpidio Martins um logradouro
público.
PROC. 2073/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 049/88, do Ver. Raul Casa, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Victor José Faccioni.
PROC. 2097/88 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 094/88,
que
autoriza o Município a abrir créditos especiais no valor de Cz$ 6.407.000,00 e
dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, para falar em
Pauta, o Ver. Jorge Goularte. Desiste. Hermes Dutra. Ausente. Raul Casa.
Ausente. Frederico Barbosa. Ausente. Antonio Hohlfeldt...
Mas antes que V. Exa. faça uso da palavra eu gostaria de usar a tribuna
por 5 minutos em tempo de Presidência. Solicito à Sra. Secretária que me
substitua.
A SRA. PRESIDENTE (Gladis
Mantelli): Com
a palavra, o Ver. Artur Zanella, em tempo de Presidência.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sra. Presidente, Srs.
Vereadores, eu gostaria de colocar, especialmente à Liderança do PDT, duas
questões que envolvem a Mesa da Casa e envolvem a Casa como um todo. A primeira
é que estou em nome da Mesa da Presidência da Casa exigindo do Sr. Prefeito
Municipal resposta ao Ofício encaminhado em 21 de setembro de 1988, Pedido de
Informações, uma Emenda da minha autoria e que já ultrapassou o prazo, no qual
perguntava se o Sr. Prefeito ou o DEMHAB tinham conhecimento de um prédio
municipal que estava pintado com propaganda política de um candidato a
Vereador, funcionário do DEMHAB. Recebi resposta pelo Sr. Carlos Araújo,
indiretamente, informando que não existia. Como ultrapassou esse prazo mandei fotografar
o prédio do DEMHAB, um próprio municipal, com nome do candidato, funcionário do
órgão, e que está lá violando e transgredindo as leis eleitorais. Então, não
pela transgressão, que não cabe a este Vereador definir, mas pelo fato de não
ter sido cumprido o prazo, encaminharei o fato à Mesa para análise.
O segundo é sobre a entrevista do suplente de Vereador, Pedro Ruas, que
quero transferir a todos a responsabilidade, pois é a segunda vez que ocorre a
mesma coisa com o mesmo Vereador. Ele deu a seguinte entrevista ao “Correio do
Povo”, e esperei até hoje que fosse desmentido (Lê.): “Câmara vota na
quarta-feira Projeto Contra Cigarro. O Projeto que proíbe a propaganda de
cigarro em cartazes e “outdoors” na capital gaúcha deu entrada ontem na Câmara
de Vereadores, devendo ser votado na próxima quarta-feira. Seu autor, o
suplente de Vereador Pedro Ruas, do PDT, está preocupado com as pressões
contrárias ao Projeto, como a da Associação dos Propagandistas de Fumo. Se o
Projeto for aprovado Porto Alegre será a primeira cidade do Brasil a proibir,
por lei, a propaganda do fumo.”
A Mesa está se dirigindo ao “Correio do Povo” informando: o Projeto que
proíbe não deu entrada na Câmara de Vereadores ontem, mas no ano passado; como
é uma Lei Complementar foi publicada na imprensa e dado um prazo de quinze dias
para que as autoridades interessadas ou as pessoas interessadas no assunto se
pronunciassem. Nenhuma associação de propagandistas do fumo esteve aqui
propondo qualquer coisa. Esteve aqui a Associação Gaúcha das Empresas de
Propaganda ao Ar Livre, a AGEPAL, que entregou um documento dentro deste
edital, e essa entrega foi feita na presença do Ver. Pedro Ruas e do Jornalista
Contursi, da TV-2 e da Rádio Gaúcha. Logo, não há pressão alguma da entidade a
esta Casa. Não há irregularidade nenhuma no fato de se receber o parecer de uma
entidade, que é a entidade que controla os “out-doors” na Casa. E,
evidentemente, como não existe nenhum pedido de urgência para este Projeto e as
razões desta entidade deverão ser analisadas pela Assessoria Técnica da Casa e
pela Auditoria, evidentemente, não haverá votação deste Projeto na
quarta-feira, porque não está na Ordem do Dia. Então, eu esperei 24 horas que o
Ver. Pedro Ruas, que já denunciou uma vez que havia pressão das empresas de
ônibus, um “lobby” contra o seu Projeto que criava linhas de barco dentro da
Cidade, e Projeto este que não foi votado até hoje, diga-se de passagem.
Então eu quis colocar, como Presidente, substituindo S. Exa. o Ver.
Brochado da Rocha, a posição de que esta notícia é absolutamente inverídica em
todas as suas formas, e que esta Câmara não está sofrendo pressão de quem quer
que seja, e já mostrou milhares de vezes que não se submete à pressão. Era isso
que queria dizer neste momento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Flávio
Coulon. (Pausa.) Desiste. Verª Teresinha Irigaray. V. Exª tem 10 minutos.
A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Srª Presidente e Srs.
Vereadores. Apenas uma pausa em meio a nossa vida tão atribulada nesta Casa, em
meio a todos esses problemas que envolvem a Cidade, em meio à congestão das
greves e das justas reivindicações dos funcionários, em meio a toda guerra
eleitoral, em meio a toda batalha que nós travamos no dia-a-dia; apenas uma pausa,
um momento de emoção, de mais lirismo, de mais humanidade e de mais amor: a
homenagem a uma figura destacada da comunidade porto-alegrense, a justa entrega
de um título a uma mulher que muito batalha, a uma mulher que se chama Salma
Chemale. Uma mulher de idade, que batalhou toda sua vida em torno da arte e da
cultura de Porto Alegre. Tem uma academia de arte, de balé, de dança, onde
formou centenas e centenas de adolescentes da cidade de Porto Alegre. Nada mais
justo que a Câmara Municipal de Porto Alegre lhe dê um título de emeritude, por
todo o seu trabalho, por toda sua luta, por toda sua capacidade.
Salma Chemale, de descendência libanesa, natural de Porto Alegre,
merece esse título pela sua luta, por seu trabalho e pelo seu amor a esta
Cidade que nós hoje vemos tão congestionada e tão revolvida por questões
políticas, questões ideológicas, questões de lutas, questões profissionais, que
todos nós respeitamos. Mas, nesta hora, nesta manhã, eu chamo atenção dos Srs.
Vereadores da Casa porque esse título é merecido, esse título vai ser dado com
muito amor e muito carinho a uma figura franzina de mulher, mas de uma
tenacidade, de uma estrutura que extrapola a cidade de Porto Alegre, que extrapola o Estado do Rio
Grande do Sul e que se projeta pelo Brasil e pelo Exterior. A arte de Salma
Chemale é uma arte reconhecida por todos nós, então nada mais justo do que esta
Casa fazer a sua homenagem àquela que é uma dedicação à arte e ao público, que
é uma figura simbólica de altivez e de tenacidade. Todos nós sabemos que as
reivindicações que estão chegando a esta Casa são mais do que justas: elas são
necessárias. A vida está difícil, árdua e penosa é a nossa vida política, junto
com toda essa inflação galopante, junto com todas essa conjuntura política,
desenrola-se dentro dessas quatro
paredes sem que a gente possa saber que lá fora existe sol, existe arte, existe
coisas mais amenas das que se processam aqui. O nosso pedido ao Srs. Vereadores
é de que seja concedido, por unanimidade, este título a uma mulher que projeta
a vida cultural da cidade de Porto Alegre. Porto Alegre, o Ver. Antonio
Hohlfeldt sabe, é o terceiro pólo cultural do Brasil. Nada mais justo do que
fazermos reconhecer a arte de Porto Alegre, a altivez de Porto Alegre, a sua
dança; incorporado a Salma Chemale está o projeto de criação do corpo de baile
municipal, porque ela, como Tony Seitz Petztold, são as pioneiras dessa arte em
Porto Alegre. Portanto, apenas, Ver. Martim Aranha, que é batalhador dessa
parte, pois me lembro que V. Exa. batalhou muito, junto comigo pela formação do
corpo de baile municipal, onde trouxe a menção de Marina Pedossejva, que tinha
Escola de Ballet, na Riachuelo, temos, nesta hora e manhã, este minuto de
emoção e de carinho a essas figuras que tudo fizeram para engrandecer
culturalmente Porto Alegre.
Sem desmerecer o mérito de todos os nossos funcionários, trabalhadores,
aqui apenas uma passagem, um momento de amor, romantismo e de emoção:
voltaremos agora a nossa batalha pela reivindicação dos servidores municipais,
pela batalha para que a greve entre na sua normalidade, para que voltem ao seu
trabalho e para que possamos conquistar o mínimo de credibilidade para podermos
olhar nos olhos dos trabalhadores, nossos companheiros, e dizermos: fizemos
alguma coisa. Agora, vocês, também os artistas, aqueles que também se dedicam à
arte e à cultura de nossa tão bela Porto Alegre, que queremos humanizar cada
vez e torná-la melhor para conseguirmos sobreviver. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Artur Zanella):
Com a
palavra, o Ver. Jorge Goularte no período de
O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, tem sido noticiado na imprensa de Porto Alegre, que este Vereador,
autor de um projeto de um artigo só, que diz: “livre funcionamento do comércio
em Porto Alegre, respeitada a jornada de trabalho, desde que o funcionamento
seja por turnos”. Este Projeto, segundo consta na imprensa, seria retirado por
este Vereador. Quero deixar bem claro, e o faço da tribuna, para que não pairem
dúvidas, que não pensei nesta possibilidade. O Projeto está tramitando
normalmente, a requerimento da Vereadora, que foi a primeira pensadora de um
projeto contrário do meu, chamado incorretamente de “sábado inglês”, pois na
Inglaterra se trabalha até nos domingos, a Vereadora Teresinha Irigaray.
Quero deixar bem claro que não falei a ninguém que vou retirar o
Projeto. O que disse, repito, é que acho que este Projeto seria muito bem
votado, sem nenhuma possibilidade de exploração política e eleitoreira, no dia
16 de novembro à tarde: isto tenho dito. E de preferência no Gigante da Beira
Rio, com banda de música, escolas de samba, pois eu que tenho posição firmada
não tenho problemas em votar em nenhum local. É que a Vereadora estava ansiosa
em saber a minha posição, muito simples e clara. Para que não pairem dúvidas,
sou autor do Projeto que libera o funcionamento do comércio. A meu juízo,
favorece aos comerciários e ampliação do mercado de trabalho e favorece a
possibilidade de compra da população num maior número de horas possíveis.
Insisto e enfatizo que há uma confusão muito grande entre jornada de trabalho,
que é regulada pela Constituição, é fiscalizada e regulamentada pelo Ministério
do Trabalho, e Delegacia, e horário de funcionamento de lojas, que é de
exclusiva competência dos comerciantes. Se o comerciante quiser trabalhar um
turno, contratará uma turma, se quiser trabalhar em quatro turnos contratará
quatro turmas. Então, é muito fácil entender que o aumento do horário de
funcionamento de lojas, aumentará a oferta de empregos, aumentará o mercado de
trabalho. Ao contrário, a redução do horário de funcionamento de loja,
conseqüentemente, implicará na redução de oferta da mão-de-obra e em demissões.
Porque reduzindo o horário de trabalho, reduz a possibilidade de oferta de
emprego, porque o número de horas será menos.
A Sra. Teresinha Irigaray: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Jorge Goularte, eu sempre escuto com muita
atenção o discurso de V. Exa., e foi muito bom V. Exa. ter feito essa
explicação. Todos nós sabemos que há quatro anos se briga e se luta nesta Casa
pela legalização do regulamento que estabelece o horário de encerramento do
comércio aos sábados à tarde, o chamado sábado inglês. V. Exa. sabe que o Projeto
era de autoria desta Vereadora, tramitou, já foi rejeitado, voltou de novo, por
reivindicação dos comerciários, que constitui um corpo de 100 mil, dentro da
cidade de Porto Alegre.
É bom que se explique que V. Exa. sempre teve um posicionamento
coerente. V. Exa. foi contrário ao fechamento nos sábados à tarde, quando era
meu o Projeto, quando houve a retirada, a pedido do próprio Sindicato e V.Exa.
entrou com o seu Substitutivo como Projeto, V. Exa. manteve a coerência em
dizer que era pela livre iniciativa, com o comércio aberto sempre. Isso tem que
ser respeitado. E agora permanece a idéia original desta Vereadora, que é o
encerramento aos sábados à tarde. Isso tem que ficar perfeitamente explicado. E
o que nós queremos, na nossa Exposição de Motivos, que é a sobrecarga de uma
classe que está angustiada porque não tem um minuto de lazer, não tem um minuto
para seus filhos e amigos. Eu respeito o posicionamento de V. Exa. Eu reitero a
minha posição nesta Casa, porque isto está, Ver. Jorge Goularte, que é um
caldeirão de marmelada. Todo mundo quer tirar uma beirada, uma prova. Não! Nós
temos que estabelecer a verdade sobre os fatos. Toda a Casa é testemunha: V.
Exa. é contrário e eu a favor. Agora o que tem de emendas, subemendas,
triemendas, reemendas e remendos é uma coisa fantástica. Então, o que fico
pensando – e não sou comprometida com o outro lado de jeito nenhum – é que
essas emendas, subemendas e remendos vêm provar que o projeto realmente é
importantíssimo e polêmico. E os que dizem que é eleitoreiro, demagógico e
oportunista também querem tirar o seu proveito. Agora, nós brigamos há quatro
anos por uma idéia, por um objetivo. Agora, correta ou incorreta quem vai dizer
vai ser o Plenário na hora da votação e o povo de Porto Alegre. Agradeço a V.
Exa. por estar prestando esclarecimento, para que a verdade seja constatada.
Agora, não aceito que V. Exa. retire esse projeto antes da eleição e vou cobrar
de V. Exa., porque esse Projeto tramita nesta Casa há quatro anos e envolve uma
classe de 100 mil comerciários. É muita gente.
O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quero dizer a V. Exa. que ainda agora foi um grupo de
comerciários em meu gabinete e queriam que eu recebesse urgente. Eu disse que
tinha compromisso com outras categorias e que quem marcava minha agenda era eu.
Marquei para segunda-feira às 2h30min. Quem quiser falar que venha neste
horário. Agora, já vou avisando que nem lojista e nem comerciário vai levar o
meu voto na marra. Não tenho o meu voto decidido. Estou estudando. Tenho a lei
de seis capitais sobre o “Sábado Inglês”, sobre o comércio. Estou estudando. Na
marra, na base de se não votar não votam em mim, como eu estava ouvindo de
alguns comerciários, então não vai se eleger. Quero dizer aos comerciários e
patrões dos comerciários que eu não nasci Vereador e posso perfeitamente ganhar
a vida se não for eleito Vereador. Ponto final por enquanto.
A Sra. Teresinha Irigaray: Ver. Jorge Goularte, apenas
para complementar o que disse o Ver. Werner Becker, com a condescendência da
Mesa...
A SRA. PRESIDENTE: O tempo do Ver. Jorge
Goularte já está esgotado há mais de três minutos.
A Sra. Teresinha Irigaray: Ver. Werner Becker, V. Exa.
estava comigo na luta dos comerciários, e até respeito o seu posicionamento. V.
Exa. disse, desta tribuna, que o Projeto do “Sábado Inglês”, encaminhado por
esta Vereadora, era o melhor que V. Exa. já tinha visto entre todas as
Capitais. Eu lembro bem do pronunciamento de V. Exa. Eu sei que V. Exa. está
sendo pressionado, mas este é um outro assunto. Sei que V. Exa. é um homem
sensível e vai continuar com o posicionamento firmado anteriormente.
O Sr. Werner Becker: Mas, na marra, só podem
mudar o meu voto.
O SR. JORGE GOULARTE: Sra. Presidente, eu peço
tempo de Liderança para continuar com o meu pronunciamento. (Assentimento.)
Eu queria dizer a Vereadora que considero equivocada a sua posição por
uma situação muito simples. V. Exa. diz que os comerciários estão
sobrecarregados. Mas qual é o trabalhador brasileiro que não está sobrecarregado
de trabalho? A jornada de trabalho, Vereadora, eu quero que seja cumprida. Eu
não quero que o comerciário trabalhe um minuto a mais do que a jornada de
trabalho. Eu quero o seguinte: se o comerciante achar que não deve abrir a sua
casa, nem de manhã, aos sábados, que não o faça. Agora, o que não pode é estar
se impondo à população uma cidade fantasma. Uma cidade fechada a todas as
pessoas. E não é verdade que cem comerciários querem isso. Deve ter 10% que
querem isso aí. O outro número percentual da categoria deve estar analisando
esta situação que já ocorreu com os bancários. A redução do horário de
funcionamento de bancos implicou em milhares de demissões no setor bancário,
agora, há pouco tempo, três anos atrás.
É preciso que isso fique bem claro. Eu tenho posição firmada, eu quero
livre comércio funcionando. Que bom que fosse de madrugada. Mas eu repito, uma
turma para um turno, quatro turnos, quatro turmas. Não precisa ser muito
inteligente para saber que, num turno, se precisar de dez funcionários, em
quatro turnos precisará de quarenta funcionários. É uma posição equivocada de
V. Exa. que eu respeito. E, aliás, fiz este pronunciamento para lhe
tranqüilizar, Vereador, porque eu sou um homem de posições muito retilíneas,
claras e tranqüilas. Quando eu tomo uma posição – e acho que a pior posição do
político é não ter posição – é no sentido de defender as minhas idéias. E eu
continuo insistindo que a liberdade do funcionamento do comércio é o desejo da
população de Porto Alegre. E a população me interessa, me interessa muito. A
categoria dos comerciantes me interessa, sim, e eu respeito. A categoria dos
comerciários me interessa, claro, e eu respeito. Eu fui comerciário, Vereador,
não sei se eu lhe disse isso. Trabalhei muitos anos no comércio, eu conheço bem
a situação. Só que o horário de funcionamento de loja é uma coisa e o horário
de jornada de trabalho é outra coisa. Do respeito às 44 horas eu sou um
defensor incansável, acho que isso deve ser respeitado. E nem um minuto a mais!
A menos sim. Se o comerciante achar que abrir a sua loja no sábado de manhã não
é producente, não rende, ele será inteligente o suficiente para não abrir a
loja, nem pela manhã, quanto mais à tarde. Mas temos que deixar que a livre
iniciativa comande isso. O Estado já está se metendo e complicando tanto que,
quanto mais o mesmo interferir, mais piorará a situação e o “over” vai a 50% ao
dia. Então estas são as posições. A de V. Exa. é diametralmente contrária a
minha, mas eu sou pioneiro a minha posição e V. Exa. a sua. O resto tudo é
penduricalho, tudo é acessório. Mas, quanto ao fato de retirar o Projeto, eu
não aceito e V. Exa. não pode fazer. O Projeto é de minha autoria e eu posso
retirá-lo quando quiser. Mas só o farei lhe comunicando antecipadamente. Eu ajo
limpa e abertamente. Neste momento, o Projeto está tramitando normalmente e a
minha idéia é clara, para que não pairem dúvidas em explorações políticas,
eleitoreiras e demagógicas, vamos votá-lo no dia 16, à tarde. Todos reunidos
aqui, ou em outro lugar, para votar à regulamentação do funcionamento do
comércio de Porto Alegre, eu vou votar sempre, aqui, no Gigantinho, ou onde
for, para que o comércio funcione livremente e, com isto, ofereça maior número
de mão de obra aos comerciários, num País cujo problema maior é o desemprego, a
fome e a miséria. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito é o
Ver. Hermes Dutra. Ausente. Ver. Raul Casa. Ausente. Ver. Frederico Barbosa.
Ausente. Ver. Mano José. Ausente. Ver. Antonio Hohlfeldt. V. Exa. tem cinco
minutos.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sra. Presidente e Sras.
Vereadores, prezados companheiros municipários, estamos em plena campanha
eleitoral e, embora de um modo geral esta campanha tenha andado bastante bem,
há alguns abusos, que eu diria criminosos, com o patrimônio público. Eu quero
trazer um exemplo aqui e comentava, inclusive, com o Ver. Cleom Guatimozim: a
campanha de cidadão chamado Castan, ex-Diretor-Presidente da Cia. Carris
Porto-Alegrense. Vou informar o que ocorreu no último mês da sua gestão, uma
gestão, aliás, feita com o roubo do bolso de cada um de vocês e de toda esta
Cidade, porque ele não incluiu no cálculo de tarifas de ônibus desta Cidade a
Carris, que tem um IPK superior à média das demais linhas de ônibus, mas não
diminui a tarifa da Carris e, portanto, juntou um dinheiro extra, fazendo com
que cada um de vocês pagasse duas vezes mais – quando pegava o ônibus da Carris
e quando pegava o outro. Porque, se incluísse a Carris no cálculo geral, a
passagem de todo mundo baixava, mas, como não incluiu, então, a da Carris ficou
igual a dos outros, e a dos outros ficou mais alta do que precisava. Então, ele
roubava dos dois lados, só para dar uma boa administração à Carris. Já era a
campanha do Vereador. E roubou com a conivência do Sr. Prefeito, porque eu
denunciei isto inúmeras vezes na imprensa e o Prefeito Collares não fez nada.
Nem o Prefeito, nem o titular da SMT, até justificou. Mas, mais do que isso,
ele mandou imprimir, nas últimas semanas, últimas horas de sua gestão, este
panfletinho, lindo, maravilhoso, custa baratinho, aliás, não foi só ele que fez
isso, o Secretário da Educação também fez, e muito maior, e não foi só um,
foram quatro, cinco, tudo sobre o que “vai acontecer”: vão acontecer novos
CIEMs; vai acontecer não sei o quê; beleza, fazer propaganda do que “vai
acontecer” é sensacional; vai acontecer, graças a Deus que 31 de dezembro a
gente se livra dela. Mas este cidadão fez este panfletinho, e botou, depois de
sair da Carris, isto aqui para ser distribuído no ônibus da Carris, que virou
museu, porque toda a criançada que vai lá dentro ganha isso, só que com o
carimbinho do cidadão Castan, Vereador, PDT. Está aqui, Ver. Adão Eliseu.
Agora, não contente com isso, ele começou, nesta semana, a entregar, nas casas,
e deu azar, pois entregou na minha casa, isto. Olhem aqui a etiquetinha colada,
e eu dizia para o Ver. Guatimozim: Líder do PDT, bota competição desonesta com
os Vereadores do PDT que estão aqui, que não tiveram uma Secretaria, uma
empresa para passar a mão no dinheiro e mandar imprimir um negócio desses, com
patrimônio público e fazer a campanha dele! Está aqui. (Mostra o panfleto.)
O Sr. Flávio Coulon: Manda para o TRE.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Exatamente, Ver. Coulon, e
tomei duas medidas, e, hoje, estou conversando com as Lideranças para tomar,
talvez, uma terceira. A primeira medida, para saber se ele agiu à revelia, ou
com conivência da autoridade superior, quer dizer do Prefeito Municipal; estou
fazendo um Pedido de Informações para saber quanto e quando foram impressos
esses folhetos, por ordem de quem, etc. Em segundo lugar, estou hoje, à tarde,
entrando com uma representação no TRE, porque isto aqui se chama, em bom
português, roubo do patrimônio público, com dinheiro nosso, de vocês, depois
não tem dinheiro para dar aumento. Está aqui. Ninguém mandou-me dizer eu recebi
na minha casa, com a gentileza do candidato. Em terceiro lugar, estou pensando
seriamente em solicitar à Casa a formação de uma Comissão de Inquérito. Agora
sim, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito porque, com a nova Constituição,
nós, Vereadores, nos tornamos parlamentares, porque acho que isto aqui é uma
competição desleal. Não é comigo. Ele não compete comigo. A minha faixa não é a
dele, mas é uma competição desleal com cada companheiro Vereador do PDT aqui
dentro, que não pode usar o dinheiro público.
Sra. Presidente, solicito o meu tempo de Liderança para completar, até
para poder dar um aparte ao Ver. Adão Eliseu, com todo o gosto.
A SRA. PRESIDENTE: Em tempo de Liderança não
pode.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu cobraria depois, para não
deixar o Ver. Adão Eliseu sem apartes, apenas para não ultrapassar o meu tempo.
O Sr. Adão Eliseu: Eu agradeço a gentileza de
V. Exa. e pediria a V. Exa. que, apesar das razões que tem para fazer as
acusações que está fazendo, o material está aí, comprovável, eu só pediria a V.
Exa. que retirasse a expressão referente ao Prefeito Municipal que teria sido
conivente com o roubo por parte do Diretor da Carris. V. Exa. sabe que o Prefeito
Municipal é um político tradicional neste País, não teve problema na sua
história política, acho que foi um reforço na sua expressão, mas acho que é
muito grave a acusação de tachá-lo de ladrão quando ele tem um passado liso,
correto! Ele pode não estar contentando a todos na Prefeitura. Eu me encorajo
em fazer isto aqui na defesa do Prefeito Alceu Collares. Ele sempre foi um
homem honesto. Sobre isso ninguém pode...
(Manifestações nas galerias.)
Eu peço a V. Exa. que retire.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu ouço V. Exa., eu vou
verificar o teor, depois, do meu texto, porque estou improvisando aqui, estou
verificando. Não tenho nenhuma intenção de dizer que o Prefeito é ladrão. Eu
estou dizendo que ele foi conivente e isto eu mantenho na denúncia que eu fiz e
que não é sobre isto.
O Sr. Adão Eliseu: (Paralelamente ao orador.)
Eu ouvi V. Exa. afirmar: com o roubo. Foi como eu ouvi.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Ver. Adão Eliseu, quando a
Carris cobra mais do que deve por uma tarifa, isso é roubo, Ver. Adão Eliseu.
O Sr. Adão Eliseu: V. Exa. sustenta, então?
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Não. Eu quero rever em
termos está a minha frase.
O Sr. Adão Eliseu: É que ouvi, posteriormente,
V. Exa. afirmar que está pedindo informações a respeito disso.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Estou pedindo. Mas não a
respeito disto. São dois assuntos diferentes. Um é esta denúncia sobre a qual o
Prefeito não tem nada a ver, porque o cidadão Castan não é mais Presidente da
Carris. Não envolvo o Prefeito por enquanto, até receber a resposta ao Pedido
de Informações. Não preciso nem revisar as notas taquigráficas para ter certeza
disto. O primeiro elemento que trouxe é o que denunciei na época, participei de
inúmeros debates com o titular da SMT, Ver. Elói Guimarães, em que dizia que a
Carris estava roubando o bolso do cidadão porto-alegrense, porque cobrava
tarifas superiores às que deviam ser cobradas. Se a Carris tem um IPK superior
ao das demais empresas e não entra no bolo de cálculo final, significa que ela
tem de ter uma tarifa mais baixa. Isto interpreto como roubo, “lato sensu”.
O Sr. Adão Eliseu: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Solicito a cessão da cópia do seu discurso.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Meus discursos são públicos,
há uma ordem para que qualquer cidadão possa utilizá-los. Se o Prefeito leu a
denúncia, e tenho certeza que sim, pois tem uma assessoria eficiente, e toma
providências, é conivente. Posso rever o discurso no sentido de que não tenho
maior interesse em agredir o Prefeito Collares. Nunca fiz isso, V. Exa. sabe o
nível com que trabalho nesta Casa, já fui muitas vezes agredido pelo Prefeito
que gosta de me chamar “Vereadorzinho”, mas nunca devolvi isso. Teríamos
motivos de sobra para partir para o confronto pessoal, mas não é por aí que se
faz política. Posso rever o discurso e depois conversar com V. Exa. Mas o que
sustento é que houve uma medida contrária ao interesse da população e que foi
denunciada por mim na ocasião. Esta medida não teve nenhuma resposta do
Prefeito e isto é responsabilidade do Prefeito Alceu Collares. Ele é, enquanto
Prefeito, também responsável pela Companhia Carris. Este é o fato. O termo, não
irei brigar. A situação de fato existe, Ver. Adão Eliseu. O Sr. Castan pretende
ter feito uma boa administração na Carris tendo uma vantagem que ninguém tinha:
ele cobrou uma tarifa acima da tarifa real – está é a verdade – e não contente
com isso, agora usa o patrimônio com esses panfletos. E, olhem, devem ser
dezenas de milhares, porque está distribuindo na casa do cidadão! Eu moro longe
do Centro, lá na Av. do Forte, na Zona Norte – continuo morando no meu
apartamentinho do BNH – e se lá ele está distribuindo de porta em porta,
imaginem o que ele não está fazendo nas vilas! Aliás, outra coisa é isso aqui:
ônibus de graça na Restinga. Sou contra? Não! Sou absolutamente favorável,
agora, quero saber se é de verdade e quem está pagando isso aqui, e por que só
se fez isso no final da administração e em cima do período eleitoral. E por que
a linha T-6, tão badalada, inclusive defendida pelo atual Diretor da Carris
Renato D’Arrigo, que até nos pediu ajuda para defender essa idéia aqui e eu
tinha esse compromisso com ele, por que, de repente, o Prefeito Collares vetou
a linha T-6? Eu quero saber o que tem que ver o Presidente do PDT, o que tem a
ver o Sr. Guerreiro, o que tem a ver a Sudeste, com essa situação? Por que a
T-6 não está funcionando até agora? É a questão que deixo aqui. Mas, nesse
momento, quero centrar a denúncia em cima disso e espero que através das
Lideranças, se assim entendermos que seja o melhor, façamos uma Comissão de
Inquérito sobre fato objetivo: quem pagou isso? É a minha pergunta. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Flávio
Coulon, em Explicação Pessoal.
O SR. FLÁVIO COULON: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores. Eu tinha uma série de assuntos para discorrer da tribuna hoje, em
Explicação Pessoal, mas vou-me centrar em um. Uma primeira idéia era falar a
respeito dessa emocionante luta pelo segundo lugar nas eleições de Porto
Alegre, ora o Villela, ora o Olívio Dutra, ora o Carlos Araújo, prometem um
final emocionante. Eu ainda aposto no Carlos Araújo para segundo. Poderia falar
também nessa confusão no mercado financeiro com esse “over” pagando 50% e
perguntar quais são as reais, o que existe por trás desse golpe dado pelo
Governo, ontem, elevando essas taxas a 50%. Só essa demissão do Presidente do
Banco Central não me satisfaz, deve existir algo sério de rapinagem por trás
desse salto dado ontem, no “over”; alguém embolsou milhares de cruzados e
milhões de cruzados com essa jogada do Governo José Sarney.
Também poderia manifestar-me a respeito da decisão da Justiça acerca do
número de Vereadores, que não tenho dúvidas serão conservados os 33 Vereadores.
Aliás, não me manifestei contra o aumento de vagas, exatamente porque sabia que
a Justiça Eleitoral do Estado, em sendo a melhor do Brasil, sem dúvidas, iria
regular a matéria em torno dos 33 Vereadores.
Mas centralizarei a minha Explicação Pessoal exatamente no problema
salarial da Prefeitura. Tenho dito e repetido que esses projetos de aumentos de
servidores têm trazido, especialmente a este Vereador, o grande resultado de só
perder voto, porque, desde o primeiro plano de carreira, separado do restante
do funcionalismo, tenho subido a esta tribuna para tentar explicar àqueles que
seriam beneficiados com o plano de carreira que o caminho não era esse,
exatamente, quem iria pagar o preço desses planos setorizados seriam os
funcionários da Centralizada, aqueles que têm o menor poder de barganha. Assim
foi quando veio para cá o Projeto do DMAE, assim foi com o Projeto dos
Procuradores do Município, assim tem ocorrido sistematicamente, e o Projeto dos
Procuradores passou em quarenta e oito horas, assim tem acontecido
sistematicamente com estes planos de carreira. E não foi surpresa para mim
quando o Prefeito Municipal, dentro de sua estratégia de dividir o
funcionalismo acabou fazendo um acordo em separado com o DMLU; e não será
surpresa para mim que, quando este Projeto chegar aqui na Câmara, e tentarem
obrigar os Vereadores a votar em quarenta e oito horas para sacramentar este
acordo feito. Assim como não foi surpresa o Projeto do DMAE ao qual apresentei
nove Emendas, algumas das quais eu coloquei nesta tribuna que eu não tinha convicção
a respeito da sua validade ou não, mas que fazia a fim de defender o patrimônio
público, e que o Prefeito, com mais tempo, poderia me provar que eu estava
errado. O que aconteceu? O Prefeito sancionou o Projeto com todas as Emendas,
sem levar em consideração absolutamente nada. Por quê? Porque precisava
sancionar o Projeto no Aeroporto e porque o pessoal do DMAE exigia a sanção do
Projeto antes da promulgação da Nova Constituição. E agora mais uma vez eu vejo
esta prática ser levada a cabo com o DMLU. Quem vai pagar esta conta? Primeiro:
os demais funcionários que até hoje não tiveram poder de barganha e que estão
pagando esta conta. Segundo: todos os funcionários em geral porque disse e vivo
repetindo aqui desta tribuna – na medida em que vão se fazendo planos
separados, aquele que faz por último sempre faz um plano injusto em relação
àquele que ficou para trás, e nós vamos continuar nesta briga. E eu quero
deixar claro, Sra. Presidente, para que todos os municipários saibam, é que se
nós formos governos a partir de janeiro, o PMDB, eu lutarei no sentido de
voltar a prática de um plano unificado. Não me responsabilizo como Governo do
PMDB a manter qualquer tipo de privilégio para qualquer tipo de departamento,
de autarquia, ou de Procuradoria.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Flávio Coulon, queria me parabenizar com V.
Exa.: essa também é a posição do Partido dos Trabalhadores. É clara, ela está
inclusive impressa no programa de campanha. Não temos nada contra a melhorar o
salário do funcionário, isto é outra coisa. Mas ela é clara também quanto a um
trabalho conjunto de respeito, de não fazer jogo partidário, como está sendo
feito. Mas, Vereador, eu queria no meu aparte, dizer que recebi por parte da
AMPA, cópia de um ofício enviado pela Presidente Profª Ana Lúcia D’Angelo,
dizendo que os funcionários públicos municipais, em assembléia convocada pela
AMPA, no dia 6 de outubro último, aprovou por unanimidade moção para que a
Câmara de Vereadores não aprove nenhum plano de carreira que contemple uma
categoria específica de funcionários até que as reivindicações da categoria
sejam contempladas. Foi encaminhado ao Presidente Brochado da Rocha, tanto é
que está de posse de S. Exa. com cópia das Atas nºs 5 e 10, que têm essa
proposta da categoria. Posso fornecer cópia a V. Exa., com o que respalda neste
sentido a posição tomada por V. Exa.
Não pretendo aceitar este tipo de votação sob pressão porque divide a
categoria. (Palmas.)
O SR. FLÁVIO COULON: Quero deixar bem clara, Ver.
Antonio Hohlfeldt, a minha posição. Recebo, com muito respeito, a manifestação
das entidades, mas não norteio a minha atividade parlamentar por este tipo de
patrulhamento. Fique claro, porque, se recebemos pressões de classes de empregados,
também recebemos do outro lado, não podemos ficar no meio, absolutamente
dependentes.
O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) O Partido Liberal participou das reuniões das
lideranças, há tempo vem participando, sempre em prol dos funcionários, não
poderia ficar fora dessa decisão. Então, nós respeitamos o que foi combinado.
Só votaremos, como votamos o Projeto dos 35%, depois da liberação por parte da
AMPA. Solidarizamo-nos com os funcionários e vamos votar de acordo com os
desejos da categoria. (Palmas.)
O SR. FLÁVIO COULON: Só para encerrar, Sra.
Presidente, me sinto na obrigação, em examinando o Orçamento de 1989, e
verificando que o Orçamento de 89 já está totalmente tumultuado, exatamente por
este tipo de acordo que está sendo feito, e que não foram levados em conta na
programação de 1989, me sinto na obrigação de antecipar, seja governo ou não
seja governo, mais um ano de sacrifícios para a classe dos municipários.
Infelizmente, é esta antevisão que estou vendo desta verdadeira colcha de
retalhos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Adão Eliseu, pelo PDT.
O SR. ADÃO ELISEU: Sra. Presidente, Srs.
Vereadores, eu não tenho nada contra a greve, contra os grevistas, pelo
contrário, sou favorável à greve, quando se deve fazer a greve. Eu sou filho de
trabalhador, se eu cheguei ao patamarzinho que cheguei, foi com luta. Também
não quero me defrontar e me atritar com ninguém. Mas, cá para nós, esse momento
é um momento de reflexão, Senhores, é um momento muito sério na vida nacional.
Quando eu era menino o prato principal do trabalhador era o feijão, mas hoje
não se pode mais comer o feijão. E, se bate palmas para um governo que está
acabando com a vida do trabalhador. Essa não dá para entender, Senhores, essa
não dá para entender. Por causa de um problema que será resolvido, e,
inclusive, com o apoio do Governador Pedro Simon, que foi levar solidariedade
ao Prefeito Municipal.
Eu não sou contra os Srs. Funcionários, não estou contra ninguém, mas
eu acho que é a hora de colocar as coisas nos lugares; por causa de um aumento
de salário, que fatalmente vão conseguir. Inclusive, nós da Bancada do PDT,
estamos gestionando junto ao Prefeito, para que ele estude melhor a situação e
dê um aumento melhor para os trabalhadores da Prefeitura. Agora, bater palmas
para um governo que está matando de fome o povo brasileiro, isso é muito
diferente, é não ter visão política, é não compreender a política nacional e a
política econômica. Então, Srs. Vereadores, o povo brasileiro merece realmente
o governo que tem. Vamos continuar nesta miséria. Vamos continuar morrendo de
fome. Vamos continuar sem medicamento e sem escola e sem nada. Mas quero dizer
ao Ver. Antonio Hohlfeldt que tenho certeza que esse panfleto foi feito à
revelia do Prefeito Municipal. Vou me informar junto ao Prefeito ainda hoje,
mas tenho certeza que o Prefeito Collares não concordaria e jamais concordará
com o uso indevido da sua administração. V. Exa. concorda também, e tenho
certeza porque V.Exa. é um Vereador correto, trabalhador, e não faria acusações
infundadas em prejuízo de um Prefeito que em três anos, não concluídos ainda,
de governo, está fazendo um bom trabalho. Pode ter falhas, é humano. Ele não
tem a assistência do Governo Central e todos nós sabemos. Tem a desatenção do
Governo Sarney. Isto é público e notório. Mas, felizmente tem tido, nos últimos
tempos, a atenção do Governo Estadual, surpreendentemente. Deixo aqui meus
elogios, as minhas boas referências ao Governador Pedro Simon pelas atenções
que está tendo com o Governo Municipal nos momentos difíceis. Acho que é assim
que se governa. Assim é que se faz. É muito interessante lutar pelo nosso
espaço, mas quero ver daqui uns dias, quando o negócio virar, quando os
militares vierem de novo, diante da balbúrdia, da falta de organização nas
reivindicações, quero ver onde estará essa gente que vem bater palma para o
PMDB aqui. Isto eu quero ver, se acontecer. De forma, Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, que acho que as acusações feitas por parte do Ver. Antonio
Hohlfeldt, como ele próprio, particularmente, me afirmou, serão revistas
naquilo que toca a referência desairosa de que o Prefeito seria conivente com o
caso efetuado por funcionários dirigentes da Carris num determinado momento.
Reafirmo e digo a todos os Senhores, podem existir falhas no Governo Collares,
e as têm, mas ladrão não é. E digo-lhes mais, estes que viram as costas para a
verdade, amanhã ou depois, estarão embaixo da cama escondidos, porque, num
outro momento difícil, eu tenho certeza, eles não estavam na praça pública
reivindicando melhores salários, reivindicando democracia, estavam mancomunados
com a ditadura. Tenho certeza disso! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PFL. Com a
palavra o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, eu, infelizmente, não estava, aqui, presente, quando o Ver. Adão
Eliseu estava falando, mas escutei pelo alto-falante da Presidência.
Eu queria dizer ao Ver. Adão Eliseu que não há conivência do Prefeito
em determinadas coisas, mas que há conhecimento pleno do Sr. Prefeito a
respeito destas coisas, porque eu tenho, por exemplo, por escrito, um Pedido de
Informação que eu fiz sobre a utilização ilícita de uma rótula municipal,
contrariando a Lei do Impacto Ambiental. Foi colocada lá uma primeira
construção para venda, foi colocada uma segunda construção para venda de
flores, etc. numa rótula que é proibida. É proibido, porque não pode dar bens de
uso municipal sem autorização nenhuma e eu fiz um Pedido de Informações por
escrito sobre isso. E, por coincidência, evidentemente, os canos onde estão
essas plantas são exatamente iguais aos canos do Projeto Praia do Guaíba, que
estão a 15 metros de distância, por coincidência. Então, mandei perguntar quem
tinha autorizado, como estavam lá e se aqueles canos eram do Projeto Praia do
Guaíba. A resposta que eu tenho é que, efetivamente, era irregular a ocupação
da rótula, porque não tinha autorização, que era irregular porque era uma
rótula, mas que tinha uma pequena construçãozinha, que era para evitar lixo
ali. Nunca vi se evitar lixo colocando plantações, lá, e venda de folhagens. É
a rótula da Ipiranga com a Salvador França. E, sobre os canos, responderam que
eram canos quebrados, que estavam recebendo canos e folhagens, o que eu,
efetivamente, olhei: são canos recebendo flores e folhagens. Só não me disseram
se é do Projeto Rio Guaíba. Até aí tudo bem. E tinha uma pequena coisa: o local
era utilizado para as manobras dos caminhões do Projeto Rio Guaíba, o que é uma
grossa inverdade, porque não tem caminhão que faça manobras em cima da rótula e
mais ainda porque tem uma cerca ali, que não deixa caminhão nenhum passar.
Então a informação veio assinada, pelo Prefeito Collares, totalmente errada. Eu
comuniquei isso ao Secretário do Governo anterior. Lá chegando mandei perguntar
e a informação que obtivemos era que um Vereador segurava as pontas. Quando eu
ia perguntar que Vereador é que segurava as pontas nem precisei perguntar, pois
apareceram as propagandas do Dr. Castan, pintadas lá, bonitas, o Dr. Castan, o
Dr. Carlos Araújo, que diz que não usa a máquina municipal e usa, diz que não
tem propaganda nas Secretarias e tem, tem propaganda em tudo que é lugar, eu
lhe dou os endereços, os locais, as fotografias, lhe dou tudo e o local onde
quero colocar propaganda minha, até. Vou-lhe dar. No gabinete do Dr. Carlos
Gomes, o Deputado, está cheio de propaganda, por exemplo, na SMIC está cheio de
propaganda, no DEMHAB está cheio de propaganda. Mas este, especificamente este,
eu falei pessoalmente com o Sr. Secretário Gama, que aquilo era irregular, que
era crime eleitoral. Ele mandou tirar ou que alguém tirasse, passasse uma
tintinha assim bem pequenininha, etc. e tal. Mas, com a primeira chuva,
apareceu de novo o nome do Dr. Castan. Aí, um Vereador do seu Partido, ao saber
de tudo isto, mandou pintar lá com cor-de-rosa e saíram os nomes. Mais quinze
dias e voltaram os nomes do Dr. Castan, do Dr. Carlos Araújo e do Dr. Carrion.
Estão lá. Eu falei com o Secretário Geraldo Gama, novamente e ele me disse:
“mas de novo! Eu vou enlouquecer deste jeito. Mas em 24 horas estará tudo
tirado.” Isto faz quinze dias, Vereador. Ofereci a ele uma tinta, quem sabe
resolveria o problema. Então, o Prefeito sabe, o Prefeito escreveu, mandou,
recebeu Pedido de Informação. O DEMHAB sabe. Eu falei com o Dr. Carlos Gomes,
três, quatro, cinco, seis vezes. Alegou-me que não sabia, que não podia.
Depois, me disse que, como estava alugado, não era responsabilidade dele. Ora,
um prédio municipal, mesmo alugado, é um prédio público. No Mercado Público,
por exemplo, não se pode colocar propaganda. Então, Vereador, V. Exa. sabe que
eu o admiro e respeito, mas é impossível que alguém não veja, na Restinga, está
aqui a fotografia, a metade de um prédio, não é um prédio pequeno, é metade de
um prédio. Então, eles sabem. O Dr. Collares sabe, o Dr. Geraldo Gama sabe,
estão cansados de saber. O Ver. Flávio Coulon já denunciou desta tribuna, foi
lá na SMIC, ou uma pessoa entrou lá e viu que o telefone é comum, o telefone de
uma Secretaria Municipal, com o Diretório do PDT. É o mesmo telefone, é a mesma
telefonista. Isto é brincadeira. Então, não há a menor forma de não saber. Os
táxis estão usando propaganda do Sr. Carlos Araújo e é proibido isto, todo
mundo sabe. É um problema de fiscalização da SMT e meu; fui Secretário da SMT
um ano. Isto tem que ser recolhido na mesma hora.
(Aparte anti-regimental.)
Eu não estou afirmando nada. É que eu ouvi V. Exa. dizer que o Governo
Municipal não sabia, e eu lhes digo que sabe, e sabem muito bem.
O Sr. Adão Eliseu: Referi-me à expressão usada
pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, de “ladrão”.
O SR. ARTUR ZANELLA: Encerro, dizendo que sei que
o Prefeito não pode cuidar de tudo, mas que ele sabe, ele sabe! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança, com o Ver. Flávio
Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Até pedi Liderança para
fazer justiça ao Ver. Adão Eliseu, que é o único parlamentar do PDT que teve a coragem
de ficar aqui até agora, cumprindo com a sua obrigação de defender o Governo
Municipal. Acho que o Ver. Eliseu, até em abono a conduta do Vereador, acho que
ele se equivocou por diversas vezes: primeiro, se as palmas que me foram
dirigidas pelos membros das galerias, foram dirigidas ao Sarney, e eu tenho
certeza de que elas não foram dirigidas ao Sarney, simplesmente foram palmas
para alguém que, infelizmente, carrega essa cruz de pertencer a um dos partidos
que dá sustentação ao Governo Sarney, mas que, graças a Deus, tem competência
para se manter independente dessa chaga que carrega o meu Partido.
Simplesmente, e tenho certeza, de que não foram para o PMDB do Sr. Sarney. É a
primeira coisa que deveremos colocar. Segundo lugar, houve uma colocação a
respeito do posicionamento do Governador Pedro Simon, por ocasião da greve. Eu
sou independente, o suficiente, para ter vindo a esta tribuna, no mesmo dia,
lamentar, profundamente, o que eu entendo que foi uma atitude altamente
equivocada do meu Governador. Vim a esta tribuna e pedi desculpas aos
municipários, porque entendo que foi altamente equivocado. (Palmas.) Quero
dizer também que, apesar dos pesares, comparando o que nós prevíamos que seria
a administração Alceu Collares, com o que ela é, na realidade, surpreendeu
favoravelmente. Nós pensávamos que seria muito pior do que está sendo. Agora,
também não posso dizer que é uma péssima Administração, que é uma Administração
muito ruim, porque existe nesta Administração homens como o Secretário Felizardo,
por exemplo, com um trabalho magnífico na Secretaria da Cultura. Existe homem
como o Dr. Geraldo Gama que tenta consertar todas estas barbaridades que são
colocadas aqui. Existe uma série de homens competentes. Várias vezes vim aqui e
elogiei a Secretária Dilma Linhares pela sua competência no trato das coisas da
Fazenda. Então, estas coisas é que precisam ser colocadas, Ver. Adão Eliseu, e
quero, até em abono a sua conduta, registrar que hoje, o que não é usual,
V.Exa. não está nos seus dias mais felizes.
De modo que eu acho que nós devemos realmente encarar o seu discurso
exatamente num daqueles dias em que as pessoas não conseguem transmitir à
platéia e aos Vereadores aquilo que realmente vai no seu coração.
De modo que eram estes os reparos que eu gostaria de colocar em tempo
de Liderança do PMDB a respeito das colocações que foram aqui feitas. Sra.
Presidente, em homenagem a V. Exa. eu encerro o meu discurso e agradeço, mais
uma vez, a sua benevolência. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar,
declaro encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 12h37min.)
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